18 outubro 2012

O Leão



Previa-se um arranque bem melhor que o demonstrado por parte do Sporting, mas como disse anteriormente, não acreditava que pudessem lutar contra equipas como Porto e Benfica. Quais serão então os problemas deste plantel/equipa/instituição?

Todo o adepto, colunista ou especialista consegue identificar “o problema”, no entanto, enumero algumas decisões que possam ter contribuído negativamente para a presente temporada.

1.    Escolha do Treinador. Sempre defendi que este não era treinador para o Sporting, inicialmente por “feeling”, posteriormente por constatar os factos. O estilo pessoal de Sá Pinto fazia prever uma recuperação espantosa da equipa, que aconteceu, ao fazerem uma boa campanha na UEFA. No entanto, um treinador que só sabe transmitir para dentro de campo “Vamos”, e demonstra mais nervosismo que os próprios jogadores, raramente sabe lidar com situações do dia-a-dia, exceto quando é preciso jogar com orgulho, garra, devoção, e essas coisas (normalmente quando se está já a 8 pontos…). Por muito que custe admitir aos adeptos do Sporting, a equipa não praticava um bom futebol na UEFA, era sim extremamente eficaz, uma equipa feliz e abençoada, e com um guarda-redes de nível mundial, sim, mundial. Basta relembrar a eliminatória com o ManCity, onde a equipa contou com o “desprezo” por parte dos ingleses (surpreendidos), mas mesmo assim estiveram à beira da eliminação depois de um parcial de 3-0 a 45’ do final da eliminatória, sendo esta salva pelo São Patrício. Já com o inexperiente Melalist, o Sporting foi bastante irregular e viu o salvador defender uma grande penalidade que igualava a eliminatória. Em suma, os resultados obtidos pela equipa de Sá Pinto camuflavam a qualidade do futebol praticado, já que nas competições internas não se ganham jogos em contra-ataque e na espera do erro adversário. Posto isto, depois de uma boa campanha na UEFA, qual seria a desculpa para não continuar com o esforçado Sá? A resposta mora em Coimbra, e não é preciso ir para a Universidade…

2.    Contratação de Jogadores. Quando se contratam jogadores em final de contrato há muitas dúvidas em torno destes. Vejamos o exemplo de Labyad, Gelson, Pranjic e Boulharouz, o primeiro dou o benefício da dúvida, mas os outros, se são jogadores de seleção, porque é que ninguém os queria? (Idades? Feitios? Lesões? Qualidades?) Não se sabe, mas o Sporting quis. Depois temos Rojo, um lateral-esquerdo com qualidade para jogar numa das melhores seleções do mundo, mas também com capacidade para iludir e convencer um treinador e uma direção a adaptarem-no a defesa-central. Só ao nível dos craques. Posso estar enganado, mas as únicas reais contratações do mandato de Godinho Lopes talvez tenham sido o avançado holandês que custa escrever o nome, e Carrillo, este sim, uma descoberta do Sporting.

3.    Formação. O Sporting tem formado os melhores jogadores portugueses nos últimos anos, não só pelos que vencem fora de portas, mas também pelos emprestados e pelos que tiveram menos sorte mas jogam em equipas medianas da liga. Ainda assim, e não descurando na qualidade dos jogadores, sempre me pareceu que a aposta nos da casa era mais um plano de emergência do que uma estratégia. Vejamos, desde a chegada de Godinho Lopes, com a injeção de capital (?!), veio também uma catrefada de estrangeiros, ao jeito da direção benfiquista, e neste momento, só Patrício e Cedric são produto da “cantera” no onze inicial. Dado que Cedric, no meu ver um jogador com grande potencial, foi também este um plano de emergência devido à saída de João Pereira, qual a importância e o papel da formação que tanto os adeptos sportinguistas enaltecem hoje em dia?

4.    Direção. É simplesmente abstrato falar desta direção, visto que não se percebe muito bem quem faz e o quê.

5.    Incógnitas. Rinaudo é azarado ou tem lesões crónicas? Adrien só aguenta 45’? Que se passa com Schaars? Elias e Insúa são inconformados ou indisciplinados? Não seria melhor deixar de fora Jeffren e Izmailov para não se lesionarem? Boeck é guarda-redes ou animador de banco?

O leão está doente, irá recuperar a tempo?

gloureiro

17 setembro 2012

Liga Zon Sagres Non Stop




Como bem se lembram, no final de julho fiz uma pequena antevisão daquilo que poderia ser o campeonato português. Para já, tirando algum “desacerto inicial” pelas bandas de Alvalade, está a ir de encontro ao que era previsível. No entanto, a discussão deste artigo não é sobre quem irá ser o campeão nacional português.

Nessa sintetizada antevisão, afirmei que me interessava mais pelos principais campeonatos europeus. E estes estão realmente ao rubro, com a surpresa maior a chamar-se Real Madrid. O campeonato inglês vai, de facto, ser mais do mesmo; em Itália a Juventus continua forte, pelos vistos, com uma excelente reviravolta no terreno do Génoa; o PSG tardou em começar a vencer; e o Bayern parece querer acabar com o domínio do Dortmund.

Por sua vez, em Portugal, não houve jogos!

Mas… então mas porque é que não houve jogos???

Cada um que pense o que quiser, porque este artigo é como o campeonato português, fraco e curto.

13 setembro 2012

Coração X Razão

Beto Acosta
pmsfonseca 

27-08-2012

Sou um jovem Engenheiro que gosta de futebol, apreciador do melhor treinador do mundo (José Mourinho) e um Sportinguista convicto! É com este enquadramento e de cabeça quente que me apraz dizer estas palavras.

Há cerca de dez minutos o Sporting Clube de Portugal acabava de perder com o Rio Ave. Ontem, sensivelmente à mesma hora portuguesa, o Real Madrid perdia o seu jogo com o Getafe. Quais as semelhanças destes dois jogos? Para mim, “conhecedor-amador” do desporto-rei, residem no facto de ambos os treinadores terem tido opções tácticas duvidosas (leia-se terem dado um tiro no pé!).

Quem viu o jogo de ontem da La Liga, apercebeu-se que após o primeiro golo do Getafe e a consequente troca do Benzema por Lass Diarra, o Real Madrid conseguiu alguma superioridade no jogo, com pressão alta e ocasiões de golo. Consentida? Talvez! Inconsequente? Provou-se que sim. No entanto, o jogo desenrolava-se na íntegra no meio-campo defensivo do Getafe, o que no puxando à minha análise mais estocástica de Engenheiro se traduz numa probabilidade maior de a equipa que ataca marcar um golo.

Eis quando se dá a saída de Marcelo e a entrada de Callejon. Saída do defesa-esquerdo brasileiro para a entrada de um médio com pendor mais atacante. Na minha opinião, o tiro no pé do melhor do mundo! Ao contrário do que seria espectável (ou talvez não!), colocar mais homens na frente não significa necessariamente mais oportunidades de golo, mais pressão no adversário. No caso de ontem, o desequilíbrio do meio-campo e defesa em detrimento de mais “avançados” resultou no segundo golo do Getafe…O futebol também deve ser visto e analisado a uma escala menor porque a manta não é infinita!

Hoje aconteceu o mesmo ao Sporting! Após controlar a primeira parte de forma clara, com uma boa pressão baseada num meio-campo com mais genica e em que sofre um golo casual no futebol, ou não fossem onze contra onze, o Coração de Leão troca dois médios – Elias e Adrien – para colocar outros dois mais frescos e, em teoria, mais atacantes – André Martins e Labyad. Pura ilusão! Apesar de fazer sentido no papel, a troca só deixou mais espaços para o Rio Ave jogar, agravados pela última substituição leonina. Mais uma vez, a visão racional e global da equipa é esquecida em troca do “meter a carne toda no assador”!


Em teoria, colocar mais “avançados” permitirá um maior pendor ofensivo e oportunidades de golo que, quase sempre, são desmentidas pela prática em que quem comanda são homens (coração) e não rabiscos num bloco de notas (razão).

                                                                                                                  pmsfonseca

24 agosto 2012

Vecchia Signora




A saída de José Mourinho de Itália, o duelo Barcelona-Madrid, a competitividade da Premier Ligue ou da Bundesliga, e ainda os poderosos milhões árabes e russos, abafaram umas das melhores ligas do mundo, senão a melhor (consoante aquilo que se goste de ver). Refiro-me à liga italiana, que nos últimos anos perdeu grande parte da sua notoriedade e visibilidade.

As razões são imensas, tais como os argumentos para se acompanhar este campeonato, mas foco-me essencialmente na reaparição da Vecchia Signora, a Juventus, o maior clube italiano e, esse mesmo, que foi despromovido à Serie B em 2006 por corrupção.

Desde então, a Juve passou por um processo de reconstrução do plantel, fazendo um 3º lugar em 07-08, 2º em 08-09, e nos dois anos seguintes 7º classificado. Na época passada, a Juve reforçou-se bem e acima de tudo inteligentemente. Buffon fez a época toda sem lesões. Barzagli e Bonucci estiveram em bom plano, bem como o patrão Chiellini. Vidal veio fortalecer o meio-campo e apoiar Marchisio. Vucinic foi o farol no ataque, sempre bem acompanhado ora por Matri, ora por Borriello ou Quagliarella. Esta equipa contava ainda com Pirlo e Del Piero…

Com um plantel que conciliou arte e classe com luta e humildade a Juve chegou ao fim da época com 23 vitórias e 15 empates, sagrando-se campeã e sem derrotas. Marcou ainda presença na final da Coppa d’Italia, perdendo para o Nápoles. Com Antonio Conte ao comando, treinador da casa ao estilo de Guardiola no Barcelona, a Juve contou ainda com o ambiente positivo em torno do novo estádio e com os seus aficionados sempre exigentes. No fundo, a equipa reuniu um conjunto de fatores que lhe permitiu lutar insaciavelmente pelo tão aguardado título.

Sendo assim, o que se pode esperar desta Juve para a época 12-13?

Provavelmente é a equipa mais bem posicionada para vencer a Serie A. Enquanto o Milan perdeu as suas grandes referências (Zlatan, Thiago e Cassano), e o Inter não ultrapassou o trauma da saída de José Mourinho com contratações de jogadores sem nexo, a Juve está numa posição privilegiada para renovar o título de campeão italiano.

A única dúvida, ou, a grande expetativa, é saber até onde pode chegar esta equipa na Champions League?!

A entrada de Asamoah e Isla, dupla da Udinese, vem dar grande qualidade às asas do extasiante 3-5-2. Falta, no entanto, um “nome” para o ataque. Primeiro porque na Champions só a presença de um grande jogador intimida, posição que Matri e Quagliarella não têm, e Giovinco ainda não atingiu o ponto; segundo porque Del Piero não renovou contrato e era um jogador que sacava da cartola um “golito” em jogos fundamentais.

Llorente, Suarez, Cavani, Negredo ou Dzeko seriam boas opções. Descartado Van Persie, transmite a ideia que a Juve não tem poderio financeiro para lutar por um “Ponta” de top-5. Como os italianos são muito pouco recetivos a aventuras latinas e outros mercados externos, se calhar ficam-se por um avançado do campeonato interno ou seguem assim mesmo.

Depois da conquista da Supertaça Italiana, é com grande expetativa que se vai acompanhar a trajetória desta equipa, e como vai ultrapassar o facto do seu explosivo e inaudito treinador estar a cumprir 10 meses de castigo…

31 julho 2012

Treinador de Bancada




“Mais uma moeda, mais uma volta!”, como uma criança num carrossel.

Mais uma pré-epoca, mais um campeonato que aí vem.

Passam-se os anos, e a expectativa é a mesma para ver qual dos 3,5 grandes está melhor preparado. Pessoalmente inquieta-me mais ver a resposta de Milan e Inter ao que a Juve fez na época anterior; ou como irá ser o campeonato, competitivo, inglês; ou se o Real vai voltar a revalidar o título; ou ainda, até onde vão Dortmund e PSG na prova rainha da europa.

Posto isto, como o que tem mais “eco” é o torneio do garrafão de Portugal, vou fazer aqui uma descrição, rápida e simples, da organização e da imagem que passa para fora, dos clubes em Portugal.

F.C. Porto – Foram campeões, são a melhor equipa, em todos os níveis, sendo que o mais importante é a organização que se respira. São o candidato número um nas probabilidades do título nacional. Como adepto de futebol, aprecio a forma de trabalhar neste clube. Certamente que o fraco mediatismo, dos três grandes é o que menos impacto tem, ajuda a trabalhar. Facilmente se explica, são campeões e é o clube de que menos se fala, fantástico para eles porque só transmite tranquilidade. Vendem na altura certa, e se o entenderem, e como diz o seu presidente, têm 4-5 jogadores substitutos para a eventualidade. Neste clube tudo é pensado, e tudo está planeado há muito. Os handicaps, no meu ver, continuam a ser o treinador, e a possibilidade de perderem o Moutinho, já que um jogador de meio-campo não se substitui no curto prazo como um ala ou um avançado. - 45% de hipóteses ao título

S.L. Benfica – Os grandes perdedores da liga passada, e os eternos pressionados. Contrariamente ao Porto, o Benfica luta contra si próprio, contra os media e contra os adeptos. Depois de uma época boa, com a presença nos quartos-de-final da Champions e uma excelente prestação; a Taça da Liga, que não tem valor para os que a perdem, mas é assim que se ganham títulos; e um bom campeonato, que só não foi ganho por obra do Espírito Santo, e quem sabe de Jesus, o Benfica parte para esta época com a corda ao pescoço, e sem identidade. Sim, para mim este clube está completamente desorganizado. Tanto é inadmissível andarem com 35 jogadores atrás para a Polónia ou França, como as experiências que se fazem já que no final de Agosto vai tudo recambiado (empréstimos), e é ainda inadmissível deixarem acontecer novamente, visto que esta pré-epoca está a decorrer da mesma forma que no ultimo ano. Notícias frescas, mais um médio ala (Salvio). Por alto, consigo contar 15 jogadores para 3 posições (diga-se, 1 avançado e 2 alas), sendo que o aceitável são 7 jogadores. 30% de hipóteses ao título

S.C. Braga – Admito que de época para época nunca acredito na equipa de Braga. Mesmo depois do segundo lugar em 09-10, não esperava que se mantivessem no topo, e isso é um sinal claro de que acima das boas apostas em treinadores e jogadores, o clube está a ser bem gerido e com boas bases, o que perspetiva um crescimento sustentável. No entanto, ainda não chega para ser campeão, parece-me, talvez com mais 3 ou 4 anos a lutar pelos lugares cimeiros o consigam. A mudança de treinador foi estranha e repentina, o que contradiz um pouco com a organização que o clube mostra, mas a rápida e prevista substituição de treinador foi bem conseguida. Peseiro provou, na época com o Sporting, ser um dos melhores treinadores portugueses, quem sabe com menos pressão e com mais experiência consiga fazer um excelente trabalho. Ainda assim, num país como o português é difícil ganhar sem ser influente. 5% de hipóteses ao titulo

Sporting C.P. – Este ano o Sporting está mais forte, e vai fazer melhor. Isto porque me parece que a maioria dos adeptos, mesmo acreditando, já aceitam o facto de a equipa ter de evoluir com calma, e que neste momento não pode lutar contra uma equipa como o Porto. No entanto o Sporting é uma equipa que anda muito bem ao sabor do vento, e eu arrisco-me a dizer que se à 5ª ou 6ª jornada não estiverem já arredados (como é costume nos últimos anos), Sá Pinto consegue reunir as tropas e fazer uma excelente época. Mas, o vento varia, e esta equipa é muito instável, logo, existem ainda muitas dúvidas sobre a sua capacidade. Sendo assim, prevejo um bom início de época, e com a experiencia dos jogadores contratados, conciliada com a rebeldia de Capel e Carrillo acredito que o Sporting incomode muito mais os seus rivais na época que se segue. 20% de hipóteses ao título

Em suma, espera-se uma época equilibrada como a anterior, e quem sabe a mais competitiva desde 04-05, altura em que Mantorras ganhou o campeonato português. Nota importante, Benfica ou Braga, ou ambos, poderão ficar para trás na primeira jornada. Terá influência?

gloureiro

20 julho 2012

Croquetes

Edward Norton (Chefe dos Escuteiros)- Moonrise Kingdom


Quem é o gloureiro?
Anda por aí o rumor de que o Loureiro é um heterónimo meu. Desde já, queria agradecer o facto de vos passar pela cabeça o facto de eu ter capacidades para ter um heterónimo, mas não. O Loureiro é meu amigo e eu sei que ele existe porque já o vi a falar com outras pessoas. 

O dia em que eu começar a escrever por heterónimos, internem-me num hospital psiquiátrico e façam-me um teste sanguíneo para opiáceos. Adiante. 

Ciclovia e Óculos de sol Tapa-feias
Já viram as ciclovias recentemente colocadas em algumas avenidas de Lisboa? Pronto, eu queria deixar aqui um apelo, mesmo não tendo o hábito andar de bicicleta. 

Eu sei que é muito engraçado andar numa recta, e tipo conseguir vislumbrar o nosso destino, o nosso objectivo final. Mas os velhos com andarilhos, os obesos mórbidos, os carrinhos de bebé, as snobs com malas de rodinhas e as velhas com a malita das compras têm que sair.

Tapa-Feias Clássico

Outra coisa que mete nojo é ver pessoas de óculos de sol dentro do metropolitano (ou outros locais fechados e sem luz solar abrasadora). 

Eu percebo, acham que ficam mais bonitas, passaram meia hora em frente ao espelho antes de sair de casa e não querem deitar tudo a perder por um simples metro. Mas os óculos são apenas um acessório, a beleza não se pode comprar, nada pode imitar a beleza natural. Já dizia aquele famoso: quem é, é. 
E ir para discoteca com óculos de massa? É a coisa mais pretensiosa à face da Terra a par deste blogue, deixem-se disso.

Envolvem-se em mistério por detrás de uns óculos de sol gigantes e depois quando os tiram é aquele susto. Quem é, é… 


O meu onze para o Europeu 2012




Casillas     Um bloco de gelo. Não me lembro de o ver a cometer um único erro e de cada vez que era filmado só dava para ver confiança e concentração máxima.


Pepe        Exterminador Implacável 2012.


Hummels  A última aplicação da Apple, um defesa central com tecnologia de ponta e multifunções. O Kaiser está de volta.


Alba      Iniciativa, mentalidade vencedora e muita coragem naquela que é uma das posições mais importantes do futebol moderno. Excelente campeonato para o Coentrão.


Debuchy    Um dos melhores jogadores da equipa francesa, um exemplo de atitude numa equipa que pareceu não mostrar tudo aquilo que poderia ter feito.


De Rossi     Gladiador. O Russel Crowe deste Europeu. É sempre bom ver um jogador que ganha milhões a lutar, correr, rematar e sofrer como se não houvesse amanhã.


Pirlo          É triste ver a surpresa dos comentadores e dos críticos ao verem Andrea Pirlo a jogar assim tão bem. Por um lado demonstra que não estão atentos ao mundo do futebol, porque Pirlo não jogou nem mais nem menos do que aquilo que jogou este ano na Juventus (onde foi campeão sem derrotas). Por outro lado gostam sempre de referir que apesar de já não ser novo ainda joga muito bem. Pirlo sempre foi o tipo de jogador em que a mente se sobrepõe ao físico, não era agora que iria ser diferente. Continuam com a velha mania dos jogadores de Championship Manager de começar a excluir os jogadores a partir dos 30 anos.


Iniesta       O Feiticeiro de Oz, um autêntico abre-latas. Foi mais do mesmo.


Dzagoev    O melhor nesta posição pela sua dinâmica e pelo facto de Nani ainda continuar com um papel algo secundário na selecção portuguesa. Pode dar muito mais à equipa.


Cristiano  O jogador feito em laboratório com todas as partes montadas e bem optimizadas. Teve uma evolução crescente ao longo do Europeu e fiquei surpreendido com as críticas depois do jogo com a Dinamarca. Um jogo em que se movimentou muito bem e com muita inteligência falhando apenas na finalização apenas por excesso de ansiedade, nada mais.


Klose         Dos jogadores com mais impacto na equipa. Poderia ter escolhido outros, mas ele e o Fernando Torres foram os únicos com capacidade para mudar a dinâmica da equipa, quer seja jogando a titulares, seja a sair do banco de suplentes. Quando entrou contra a Itália, o jogo da Alemanha mudou brutalmente.


Vicente del Bosque        Começou com uma decisão corajosa ao convocar Fernando Torres, que acabou por ser a decisão mais acertada. Parece que esperou pela final para calar os críticos de uma vez por todas, com um jogo perfeito, sem uma única falha. Sacava os jogadores do banco com uma pinta do caraças, um autêntico manipulador de marionetas.



Cinema de Verão

Moonrise Kingdom – Mais um de Wes Anderson, depois de ver “The Royal Tenenbaums” (2001) e “The Darjeeling Limited” (2007) só posso esperar o melhor de um filme com Ed Norton, Bruce Willis, Jack Schwartzman, Harvey Keitel…



Bane (Tom  Hardy) - The Dark Knight Rises

The Dark Knight Rises – Espera-se sempre o melhor de Chris Nolan, mas ele consegue sempre ultrapassar as espectativas. Marion Cotillard e Tom Hardy a fazer de vilão, no meio de tantas bestas cinematográficas. Para mim, o filme mais esperado do ano.



The Bourne Legacy – Não gostei da ideia de fazerem um filme extra sem a principal estrela, depois da melhor trilogia de filmes de espiões de sempre. Mas o teaser/trailer está muito bom e num filme com Ed Norton e Jeremy Renner tenho de dar no mínimo dos mínimos o benefício da dúvida. 


03 julho 2012

Viva a Pátria!


Finalizado o Euro 2012, é a altura em que toda a gente lança a sua farpa, e como não sou nem mais nem menos que os outros, também tenho algo a dizer.

Antes de mais, Parabéns à seleção nacional, dignificaram a sua participação.

Não vou dizer que a seleção desiludiu porque não tive tempo para fazer planos ou criar expetativas, e não vou dizer que me surpreendeu, porque de facto a mentalidade de jogo não me cola ao ecrã. Foi uma boa participação, excelente, dadas as circunstâncias.

Gosto de ver jogar seleções como a Croácia, que se divertem a jogar, ou como a Grécia, que encara melhor que ninguém a sua inferioridade, e mesmo assim lá vão passando de fase em fase. Para não falar da Itália, que consegue ter um estilo inconfundível no que se refere a tratar a bola tão bem, e tão lentamente, que até chateia como chegam tão rápido lá à frente, mas siga…
Vou falar de pátria, a palavra, o suporte, e o salva-vidas que muita gente emprega quando não tem mais por onde pegar.

Serei menos Português que o leitor por não vibrar com a seleção nacional de futebol? Sou antipatriota por não entender a braçadeira de capitão no Cristiano Ronaldo? Mas afinal, que mal tem isso?
Pátria é lutar pelo país, não é puxar por uma seleção que poucos jogadores têm a jogar em Portugal. Eu tenho um emprego em Portugal, desconto em Portugal, mesmo com um Estágio Profissional. Pátria é, ainda assim, gostar de estar em Portugal, gostar do que é nosso, de comer enchidos e queijo da serra, e sopa da mãe. Pátria não é só cantar o hino, Pátria, para mim, é ir à terra natal e ver os amigos de infância, assim como o Deco e o Liedson fazem, e o Pepe vai fazer…

Pátria é tudo aquilo que ainda não se rendeu aos interesses alheios (financeiros), é jogar na seleção de Raguebi e lavar os equipamentos ao fim do treino, ou ir aos Jogos Olímpicos com os próprios meios e sem apoios financeiros.

O leitor já reparou que neste momento, só se fala de pátria de 2 em 2 anos, coincidindo com as datas de europeus e mundiais de futebol?! Calma, em janeiro o nosso capitão nacional vai estar na luta pela “Bola de Outro” e vai-se voltar a falar em pátria.
Se a seleção nacional é o índice que mede o grau de pátria, então assumo desde já que me estou marimbando para a pátria.

Peço desculpa por gostar de quase todos os estilos de música em detrimento do Fado e do Pimba, ou por admirar mais a mentalidade do norte/centro da europa que a latina, como nós. Não sou de facto um patriota, pensarão.

Agora, não deixo de me esforçar pelos que me rodeiam, e por todos que indiretamente dependem de mim. Isso é que é pátria, fazermos algo útil e honesto por este país, com objetivos concretos, e não esperar que o Ronaldo mande mísseis para irmos para à rua fazer a festa.
Importa estabelecer aqui uma diferença, se a seleção fosse campeã eu andava na rua a festejar; não por eles, mas porque entendo que isso faça as pessoas felizes, e eu gosto disso. Eu torço pela seleção, gosto que ganhem, adorava vibrar como o faço pelo Benfica, mas infelizmente nada me liga a isso, não tenho culpa.

Pátria, é isto, um génio que recebe no mínimo 15 milhões de euros anuais, e no entanto vê a necessidade de fazer esta publicidade. Se não repararem, deixem para lá.

http://www.youtube.com/watch?v=maX8wGX-dO8

01 julho 2012

Alessandro Del Piero


Para que é que servem os maus jogadores? 

Por causa deles os grandes jogadores, os mais talentosos, carismáticos e as melhores pessoas, sobressaem-se ainda mais. Tornam-se ainda mais especiais.


1993


"Acaba aqui. O meu contrato terminou hoje. Já se sabia, mas o facto de ser oficial tem um efeito especial em mim. Não é, de modo algum, um momento triste. Já não é triste, porque quando olho para trás vejo que vivi o sonho mais belo que poderia ter sonhado.

Todas as memórias, todas as alegrias, todas as vitórias ficarão para sempre comigo, como aquela despedida, no último jogo em Turim. Tudo isto ficará para sempre no meu coração, como uma verdadeira fotografia viva que ninguém conseguirá apagar.

Vocês ficaram várias vezes à minha espera, no final dos treinos e dos jogos, à chuva e ao frio. Foram sempre fiéis. Hoje pago a minha dívida. Estou aqui para vocês, para os saudar e para vos agradecer por tudo o que fizeram.

Estou aqui para vos prestar a minha homenagem. E à camisola que tanto amo e que sempre respeitei e enchi de suor dedicado. Os jogadores passam, a Juve continua, e agora começará uma nova aventura. Mas nunca vou deixar de torcer pelo clube. Serei para sempre vosso. Um de vós.

Adeus rapazes e obrigado por tudo."

Alessandro




"It's over, my contract with the Juventus expires today.

It's old news, but still, to know that it's "official" has its effect. It's not a sad moment for me, I have no regrets or nostalgia. Not anymore. In these days I've had an opportunity to to think over everything what happened in my last black and white season, to go back in the memories and live once again the best dream I've ever had.

All the memories, all my joys and triumphs and to be honest even some recent bitter moments...I clearly see all these images today and at a certain moment they grow dim and almost dispel in that wonderful hug during my last match in Turin. This picture has it all, a picture of the moment that I want to have with me forever, a picture taken on the 13th of May and printed in my heart. Indelible.

Some time ago, before taking off for holidays, I emptied my locker in Vinovo and leaving the training camp I stopped at the spot where for many months you waited for me to have an autograph, a picture or just to shake hands... no matter whether it was scorching hot, raining or snowing. But this time it's my turn to say good bye and to thank you all like you did it for me.

Players come and go, the Juventus remains. My team mates are still there and I wish them all the best: I will always be their biggest fan. You, my fans are still there and you are the Juventus. Remains my jersey that I have always loved and will continue to love forever, I have always wanted and respected it without any dispensation or discounts. I'm happy that others can wear it after me, also and above all because number "10" since the names were put on the jersey always had my name on it. I'm happy for the player who'll be wearing it next year, I'm happy because somewhere - in Italy or in the other part of the world - right now, someone is dreaming of wearing this jersey. And I will be proud if that someone would want to trace my story, like I traced the stories of other champions, other examples, other legends.

Starting from tomorrow I won't be a Juventus player anymore, but I will always remain one of you.

Now it's time to start my new adventure. I'm enthusiastic about it like 19 summers ago.

Good bye, guys. Thank you for all."

Alessandro

31 maio 2012

Matrimónio, a Prisão do Futuro



Matrimónio = Cárcere, Branca de Neve e os 6 pesadelos



Os tempos estão a mudar. As mulheres estão cada vez mais quentes, os homens mais bonitos. Sinto até uma pequena mudança na balança que rege a Guerra dos Sexos, sendo que as coisas já não estão assim tão desequilibradas a favor das mulheres em termos de poder. No entanto, continuam a tentar incutir-nos a ideia de que o Casamento é o caminho natural a ser seguido numa sociedade normal.

É fácil perceber a importância do negócio dos Casamentos. Os restaurantes, a comida, as flores, as bandas, vestidos… Mas não deixa de ser revoltante esta imagem de amor eterno de que nos tentam convencer, desde os filmes de comédia, drama e terror de Hollywood, até à sociedade em geral. Existe este modelo de vida padrão e quem não o segue arrisca-se a ficar de fora da comunidade. Até há algum tempo atrás, se calhar o casamento era o que fazia mais sentido, mas para as gerações mais recentes acho que é uma tradição desfasada da realidade.

Não está na nossa natureza, principalmente na masculina. Vai contra os nossos instintos mais básicos - tentar colecionar o máximo de troféus femininos possível. E que mensagem é que transmitimos ao nosso inconsciente quando nos casamos? Que a parceira que dorme ao nosso lado vai estar disponível para ter relações sexuais sempre que nós quisermos? Que influência é que isso vai ter a nível hormonal? Sim, porque ao contrário do que nós pensamos, nós não somos muito mais do que químicos e hormonas. Apesar de aparentemente estarmos sob controlo, a verdade é que grande parte das nossas decisões são tomadas ou influenciadas pelo nosso inconsciente.

Com o passar do tempo, o mais provável é a esposa passar de musa a melhor amigo. Começa-se a usar a sanita de porta aberta… Fenómenos de flatulência na cama passam a ser rotina diária. As depilações começam a ser cada vez mais espaçadas no tempo. O marido vai engordando exponencialmente e a esposa assemelha-se cada vez mais a um saco de batatas, ao contrário da secretária que a cada dia que passa parece mais nova. Até o jardineiro ou o canalizador começa a parecer-se mais com um ator de cinema.

O amor eterno é um mito e a grande verdade é que a maioria das pessoas não está apta para casar, mas existem exceções é claro. Então porque é que o fazemos? Nas mulheres é fácil de perceber, é o sonho da mais vulgar rapariga ter um casamento de sonho (pela igreja como mandam as regras) e mostrar as fotos às melhores amigas (coitada da que casar por último, a vergonha…). Talvez por medo de envelhecer sozinho e abandonado, de não ter ninguém para nos mudar as fraldas quando a doença e a velhice assim o exigirem.

Depois claro, existem aqueles casos em que é a parceira a fazer a cabeça ao pobre rapaz para “tomarem o próximo passo na relação”. Estes são os casos que mais pena me dão, quando o homem acaba por ceder apenas para satisfazer a sua “mais que tudo”. No outro dia um amigo meu disse-me que não ligava muito ao casamento, mas que pensava casar por uma questão de respeito à sua namorada. Impressionante, a facilidade com que um homem abdica de parte do seu carácter, parte da sua personalidade só por uma questão de respeito.

Não me identifico com o matrimónio mas tenho a lucidez suficiente para perceber que hoje em dia não passam de contractos assinados por duas pessoas, testemunhados por outras quantas. E pelos visto a única vantagem aparenta ser os benefícios fiscais que daí advêm.

Portanto já sabem, se um dos meus amigos tiver a triste ideia de se casar, o meu conselho vai ser: “Anda lá, deixa-te estar mas é quietinho, não te metas nisso…”

Se por outro lado, for apenas um conhecido meu, vou-lhe dar os parabéns e sorrir enquanto penso para mim: “Outro que caiu na armadilha… Já foste, tanso!”

Podem não concordar comigo, mas estatisticamente falando eu sei que tenho razão. Cada divórcio e cada pular de cerca conferem com a minha teoria. Pior mesmo, só os otários que se casam mais do que uma vez, como se uma não chegasse.

E da mesma forma que não gosto de casamentos, também não gosto de divórcios. É como meter “cheats” na Playstation, é batota. Não queriam ficar juntos para todo o sempre? Não assinaram um contracto vitalício? Então agora amanhem-se, odeiem-se até ao resto das vossas vidas.


Luís

Nem sequer falei da Igreja, mas acho que nem vale a pena. Como diz o Diogo, eles aqui vão a pé e de joelhos até Fátima, depois os muçulmanos é que são os fanáticos...

21 maio 2012

Champions League - A Final de Sonho

Ciro Immobile - Pescara

   Venho por este meio e com os poderes em mim instaurados, nomear Ciro Immobile como o avançado revelação da época 2011/2012. Fez uma época perfeita e aposto que vai dar muito que falar no futuro. Pelo menos, tem tudo para ter sucesso: é rápido e móvel, muito boa técnica, bom instinto, muito bom na finalização (28 golos na Série B) e ainda por cima é bonito…

   Quero dar também os meus parabéns à equipa do Pescara pela subida à Série A de Itália. Foi das equipas que mais desfrutei a ver jogar este ano e valeu-me muito dinheiro nas casas de apostas. Equipa atacante, com futebol alegre e muito bom tecnicamente. Em quarenta e uma jornadas levam oitenta e nove golos marcados… O futuro na Série A é uma incógnita e está dependente do mercado de transferências, era fantástico se conseguissem manter os melhores jogadores, o que duvido muito que seja possível.

   No domingo enquanto assistia à final da Taça de Portugal, assistia ao mesmo tempo ao Sampdoria – Pescara, que acabou por confirmar a sua subida de divisão. Tenho que confessar que apesar de ser de uma categoria inferior, o jogo da Série B foi mais bem jogado e menos aborrecido do que o jogo da Taça. Se calhar sou só eu, mas jogos à tarde e em dias de sol dão-me sono. Para mim o futebol é um jogo de Inverno, e as condições climatéricas são determinantes no nível de espetáculo. E que dizer do Jamor? É mais uma tradição que para mim não faz sentido. Façam lá isso num estádio a sério e valorizem a competição.

   Por falar em final da taça, o Chelsea ganhou a Liga dos Campeões. A aposta mais óbvia era o Bayern de Munique, mas depois de ver as outras eliminatórias decidi que era arriscado e não o fiz. Mesmo nos penaltys acho que a aposta certa era o Bayern, mas decidi seguir o meu instinto e apostar no Chelsea. Defesa de Petr Cech e bola no poste, golo ao cair do pano, penalty defendido por Cech no prolongamento, era só seguir os sinais… Apesar de ter apostado neles, detesto equipas como o Chelsea. Apesar de ter sido um final espetacular, preferia que tivesse sido o Manchester United a ganhar a Premier League. Equipas escolhidas ao acaso por multimilionários metem-me nojo, apesar de ser engraçado ver várias estrelas a jogarem juntas na mesma equipa. No entanto, apesar do futebol estar muito longe de ser um desporto limpo e livre de corrupção, dou muito mais valor ás equipas que não tentam enganar a história nem apanhar atalhos para o prestígio.

   No lado direito desta página podem votar no melhor ponta-de-lança desta época se acham que percebem alguma coisa de futebol. Se fores gaja, podes votar no mais bonito. Prometo que a minha próxima publicação vai ser mais interessante, por isso não percam a fé neste blogue. 

Luís

05 maio 2012

Good times




Não gosto de história.

Não me interessa o que fez Pelé, Eusébio, Di Stéfano, Cruyff, Platini ou Maradona. Nunca fui procurar por eles ao Youtube, nem tenciono ir.

Respeito quem viu nascer o futebol, quem cresceu a vê-los jogar, e quem via os monstros do futebol, de todas as partes do mundo, a preto e branco. Ainda assim, não me interessa. Porque hei-de eu interessar-me pelas conquistas do Benfica em 1960-1962, se até o meu pai tinha acabado de vir ao mundo? Respeito, no entanto, os meus avôs.

Mas, eu que já vi tanto futebol de qualidade em tão pouco tempo, começo a imaginar se os meus filhos, sobrinhos ou amigos vão pensar o mesmo quando eu lhes quiser falar do Zidane, do João Pinto ou do Messi. Irão eles interessar-se?

No fundo, não se trata de um corrida ou disputa por quem é ou foi melhor, mas sim de demonstrar aquilo que cada um sentiu ao ver jogar os seus ídolos. Porque o futebol é de facto uma paixão que nos faz sonhar, e as recordações e sentimentos são de tal forma inigualáveis que tentamos a todo o custo partilhá-los.

Vou continuar a ver os jogos todos do Messi, e vou tentar imitar sempre o Zidane nas peladinhas com os meus amigos.

Quando não mais for possível, vou-vos falar de história…



gloureiro

01 maio 2012

Ratos, Desertores e Maçãs Podres




No início da presente época de futebol, discutia com uma amigo meu acerca do futuro da equipa do Arsenal após as saídas de Nasri, Fàbregas e de Clichy. Ela dizia-me que este ano o Arsenal ia lutar para ficar em quinto lugar na melhor das hipóteses. Eu nestas coisas do futebol sou um romântico e na altura disse-lhe que tinha esperanças em que o Arsenal iria ficar melhor sem eles, por diferentes razões.

Clichy teve uma evolução meteórica ao longo da sua carreira no Arsenal, no entanto sempre achei que não tinha carácter para jogar ao mais alto nível, e a sua falta de carácter ficou demonstrada ao trocar o Arsenal por outro clube inglês apenas e somente por questões monetárias, tendo em conta de que se não fosse o Arsenal e a fé infinita de Wenger, provavelmente ainda estaria perdido por aí numa dessas divisões inferiores. Não me esqueço da nódoa que Clichy era como jogador no seu primeiro ano no Arsenal, nem das vezes que enterrou a equipa nos últimos quinze minutos da partida.

Nasri é um grande futebolista e tem ainda uma boa margem de progressão. Acompanho-o desde que o vi jogar pela França num torneio internacional de sub-17, juntamente com Ben Arfa. Também este demonstrou uma grande falta de carácter ao trocar o Arsenal por outro clube inglês, e falta de inteligência ao escolher o City, já que o futebol dele parou e não ganhou assim tantos troféus quanto isso…

Fàbregas é um caso à parte. Cheguei a esta conclusão após assistir a um vídeo dele na BarçaTv, com apenas catorze anos, onde dizia que o ídolo dele era o Guardiola e o maior sonho dele era marcar um golo pelo Barcelona no Camp Nou. Acabou por ter que pagar uma pequena parte da sua própria transferência (aconteceu o mesmo com Mascherano no ano passado). Aposta ganha: época livre de lesões, troféus e regresso a casa no período de maior prosperidade desportiva do Barcelona. De todas, esta foi a única transferência que consegui perceber logo de início.

Tenho de reconhecer que o Arsenal apesar de não ganhar nada esta época, está a fazer uma época milagrosa. Só o facto de ter ganho por 3-0 ao Milan na segunda mão de uma eliminatória da Champions veio adicionar ainda mais romantismo a esta equipa: o quase foi quase tão bom como terem passado de facto e aposto que todos os adeptos saíram de Emirates felizes e com as expectativas ultrapassadas. Apesar de ser uma época milagrosa, a verdade é que a equipa adaptou-se bem às saídas das suas estrelas e está a jogar muito melhor do que no início da época. Também foi importante a recuperação de Rosicky, um dos meus jogadores preferidos desde que me lembro de ver a Liga dos Campeões.

Quanto ao futuro desta equipa, não penso que van Persie seja o mais importante a longo prazo. Era importante mantê-lo por mais uma temporada pelo menos, mas o mais importante para o Arsenal é recuperar Jack Wilshere e mais tarde torna-lo capitão de equipa. É inglês, joga com paixão e foi formado no clube.
Penso que este também deverá ser o futuro do futebol moderno: apostar em jogadores formados no clube e em treinadores com história nesses clubes: Conte/Del Piero, Puyol/Guardiola, Schweinsteiger, Callejón, Raúl, Granero, Javier Martínez, Totti, Steven Gerrard, Sá Pinto… É cada vez mais óbvio para mim que o orgulho por jogar num clube dá aos jogadores aquele factor extra para enfrentar os jogos mais importantes e os finais de temporada exaustivos.
E o futuro passa também por livrarem-se das Maçãs Podres: jogadores talentosos, narcisistas, contrariados, vírus capazes de infectar um balneário inteiro e incapazes de ficar um único jogo no banco de suplentes. E não, João Moutinho não se encontra neste grupo de jogadores. É um jogador inteligente e aquilo que ele fez foi apenas gerir a sua carreira da melhor maneira, o problema é que o Porto foi o único clube disposto a pagar pela sua transferência.


Futebol à parte, já alguma vez ouviram dizer que as pessoas não dão a devida importância aquelas pequenas coisas que fazem toda a diferença do mundo? Pois bem: o piaçaba e o papel higiénico são algumas delas. Pensem nisso…
12 Abril, Luís Garcia

                     Tomáš Rosický (Borussia Dortmund), Robin van Persie (Feyenoord)


  

  Não percam as cenas dos próximos episódios: matrimónio, religião, jornalismo desportivo, o politicamente correcto e o pseudo-patriotismo. Não prometo ser tão brando como nesta publicação, por isso não fiquem mal habituados, adeus... 

06 abril 2012

Sê autêntico, sem receios





Olá a todos e bem-vindos ao nosso blogue.


O principal objetivo deste espaço será servir como Caixa de Pandora para os demais amantes de desporto ou simples transeuntes do espaço cibernético. 

Iremos trazer ao mundo uma nova perspetiva, objetiva, e por vezes reveladora e polémica, pelo simples facto de que a maioria das pessoas não está habituada a ouvir a verdade, nua e crua. Como tal, iremos revelar as nossas ideias, e por algo de absurdas que possam parecer de início, acreditamos que mais cedo ou mais tarde possam fazer sentido na cabeça dos nossos atentos leitores, já que a verdade apesar de cruel é libertadora e para nós a ignorância não é uma opção.

Esta página conta com três colaboradores principais, todos com distintas personalidades e com apenas duas coisas em comum, o gosto pelo mundo do futebol, do ténis, das odds e das apostas, e todos dotados de uma grande perspicácia.

Por fim, e como temos outros interesses para além do desporto, iremos também falar de viagens, de música, de futuros craques do mundo da bola e claro está, de cinema.

Importante referir, este espaço é criado com o intuito de incentivar o debate e a partilha de opiniões. Estamos ainda recetíveis para tratar qualquer tema que seja proposto.


                               

Luís Garcia