03 julho 2012

Viva a Pátria!


Finalizado o Euro 2012, é a altura em que toda a gente lança a sua farpa, e como não sou nem mais nem menos que os outros, também tenho algo a dizer.

Antes de mais, Parabéns à seleção nacional, dignificaram a sua participação.

Não vou dizer que a seleção desiludiu porque não tive tempo para fazer planos ou criar expetativas, e não vou dizer que me surpreendeu, porque de facto a mentalidade de jogo não me cola ao ecrã. Foi uma boa participação, excelente, dadas as circunstâncias.

Gosto de ver jogar seleções como a Croácia, que se divertem a jogar, ou como a Grécia, que encara melhor que ninguém a sua inferioridade, e mesmo assim lá vão passando de fase em fase. Para não falar da Itália, que consegue ter um estilo inconfundível no que se refere a tratar a bola tão bem, e tão lentamente, que até chateia como chegam tão rápido lá à frente, mas siga…
Vou falar de pátria, a palavra, o suporte, e o salva-vidas que muita gente emprega quando não tem mais por onde pegar.

Serei menos Português que o leitor por não vibrar com a seleção nacional de futebol? Sou antipatriota por não entender a braçadeira de capitão no Cristiano Ronaldo? Mas afinal, que mal tem isso?
Pátria é lutar pelo país, não é puxar por uma seleção que poucos jogadores têm a jogar em Portugal. Eu tenho um emprego em Portugal, desconto em Portugal, mesmo com um Estágio Profissional. Pátria é, ainda assim, gostar de estar em Portugal, gostar do que é nosso, de comer enchidos e queijo da serra, e sopa da mãe. Pátria não é só cantar o hino, Pátria, para mim, é ir à terra natal e ver os amigos de infância, assim como o Deco e o Liedson fazem, e o Pepe vai fazer…

Pátria é tudo aquilo que ainda não se rendeu aos interesses alheios (financeiros), é jogar na seleção de Raguebi e lavar os equipamentos ao fim do treino, ou ir aos Jogos Olímpicos com os próprios meios e sem apoios financeiros.

O leitor já reparou que neste momento, só se fala de pátria de 2 em 2 anos, coincidindo com as datas de europeus e mundiais de futebol?! Calma, em janeiro o nosso capitão nacional vai estar na luta pela “Bola de Outro” e vai-se voltar a falar em pátria.
Se a seleção nacional é o índice que mede o grau de pátria, então assumo desde já que me estou marimbando para a pátria.

Peço desculpa por gostar de quase todos os estilos de música em detrimento do Fado e do Pimba, ou por admirar mais a mentalidade do norte/centro da europa que a latina, como nós. Não sou de facto um patriota, pensarão.

Agora, não deixo de me esforçar pelos que me rodeiam, e por todos que indiretamente dependem de mim. Isso é que é pátria, fazermos algo útil e honesto por este país, com objetivos concretos, e não esperar que o Ronaldo mande mísseis para irmos para à rua fazer a festa.
Importa estabelecer aqui uma diferença, se a seleção fosse campeã eu andava na rua a festejar; não por eles, mas porque entendo que isso faça as pessoas felizes, e eu gosto disso. Eu torço pela seleção, gosto que ganhem, adorava vibrar como o faço pelo Benfica, mas infelizmente nada me liga a isso, não tenho culpa.

Pátria, é isto, um génio que recebe no mínimo 15 milhões de euros anuais, e no entanto vê a necessidade de fazer esta publicidade. Se não repararem, deixem para lá.

http://www.youtube.com/watch?v=maX8wGX-dO8

1 comentário: