31 maio 2012

Matrimónio, a Prisão do Futuro



Matrimónio = Cárcere, Branca de Neve e os 6 pesadelos



Os tempos estão a mudar. As mulheres estão cada vez mais quentes, os homens mais bonitos. Sinto até uma pequena mudança na balança que rege a Guerra dos Sexos, sendo que as coisas já não estão assim tão desequilibradas a favor das mulheres em termos de poder. No entanto, continuam a tentar incutir-nos a ideia de que o Casamento é o caminho natural a ser seguido numa sociedade normal.

É fácil perceber a importância do negócio dos Casamentos. Os restaurantes, a comida, as flores, as bandas, vestidos… Mas não deixa de ser revoltante esta imagem de amor eterno de que nos tentam convencer, desde os filmes de comédia, drama e terror de Hollywood, até à sociedade em geral. Existe este modelo de vida padrão e quem não o segue arrisca-se a ficar de fora da comunidade. Até há algum tempo atrás, se calhar o casamento era o que fazia mais sentido, mas para as gerações mais recentes acho que é uma tradição desfasada da realidade.

Não está na nossa natureza, principalmente na masculina. Vai contra os nossos instintos mais básicos - tentar colecionar o máximo de troféus femininos possível. E que mensagem é que transmitimos ao nosso inconsciente quando nos casamos? Que a parceira que dorme ao nosso lado vai estar disponível para ter relações sexuais sempre que nós quisermos? Que influência é que isso vai ter a nível hormonal? Sim, porque ao contrário do que nós pensamos, nós não somos muito mais do que químicos e hormonas. Apesar de aparentemente estarmos sob controlo, a verdade é que grande parte das nossas decisões são tomadas ou influenciadas pelo nosso inconsciente.

Com o passar do tempo, o mais provável é a esposa passar de musa a melhor amigo. Começa-se a usar a sanita de porta aberta… Fenómenos de flatulência na cama passam a ser rotina diária. As depilações começam a ser cada vez mais espaçadas no tempo. O marido vai engordando exponencialmente e a esposa assemelha-se cada vez mais a um saco de batatas, ao contrário da secretária que a cada dia que passa parece mais nova. Até o jardineiro ou o canalizador começa a parecer-se mais com um ator de cinema.

O amor eterno é um mito e a grande verdade é que a maioria das pessoas não está apta para casar, mas existem exceções é claro. Então porque é que o fazemos? Nas mulheres é fácil de perceber, é o sonho da mais vulgar rapariga ter um casamento de sonho (pela igreja como mandam as regras) e mostrar as fotos às melhores amigas (coitada da que casar por último, a vergonha…). Talvez por medo de envelhecer sozinho e abandonado, de não ter ninguém para nos mudar as fraldas quando a doença e a velhice assim o exigirem.

Depois claro, existem aqueles casos em que é a parceira a fazer a cabeça ao pobre rapaz para “tomarem o próximo passo na relação”. Estes são os casos que mais pena me dão, quando o homem acaba por ceder apenas para satisfazer a sua “mais que tudo”. No outro dia um amigo meu disse-me que não ligava muito ao casamento, mas que pensava casar por uma questão de respeito à sua namorada. Impressionante, a facilidade com que um homem abdica de parte do seu carácter, parte da sua personalidade só por uma questão de respeito.

Não me identifico com o matrimónio mas tenho a lucidez suficiente para perceber que hoje em dia não passam de contractos assinados por duas pessoas, testemunhados por outras quantas. E pelos visto a única vantagem aparenta ser os benefícios fiscais que daí advêm.

Portanto já sabem, se um dos meus amigos tiver a triste ideia de se casar, o meu conselho vai ser: “Anda lá, deixa-te estar mas é quietinho, não te metas nisso…”

Se por outro lado, for apenas um conhecido meu, vou-lhe dar os parabéns e sorrir enquanto penso para mim: “Outro que caiu na armadilha… Já foste, tanso!”

Podem não concordar comigo, mas estatisticamente falando eu sei que tenho razão. Cada divórcio e cada pular de cerca conferem com a minha teoria. Pior mesmo, só os otários que se casam mais do que uma vez, como se uma não chegasse.

E da mesma forma que não gosto de casamentos, também não gosto de divórcios. É como meter “cheats” na Playstation, é batota. Não queriam ficar juntos para todo o sempre? Não assinaram um contracto vitalício? Então agora amanhem-se, odeiem-se até ao resto das vossas vidas.


Luís

Nem sequer falei da Igreja, mas acho que nem vale a pena. Como diz o Diogo, eles aqui vão a pé e de joelhos até Fátima, depois os muçulmanos é que são os fanáticos...

21 maio 2012

Champions League - A Final de Sonho

Ciro Immobile - Pescara

   Venho por este meio e com os poderes em mim instaurados, nomear Ciro Immobile como o avançado revelação da época 2011/2012. Fez uma época perfeita e aposto que vai dar muito que falar no futuro. Pelo menos, tem tudo para ter sucesso: é rápido e móvel, muito boa técnica, bom instinto, muito bom na finalização (28 golos na Série B) e ainda por cima é bonito…

   Quero dar também os meus parabéns à equipa do Pescara pela subida à Série A de Itália. Foi das equipas que mais desfrutei a ver jogar este ano e valeu-me muito dinheiro nas casas de apostas. Equipa atacante, com futebol alegre e muito bom tecnicamente. Em quarenta e uma jornadas levam oitenta e nove golos marcados… O futuro na Série A é uma incógnita e está dependente do mercado de transferências, era fantástico se conseguissem manter os melhores jogadores, o que duvido muito que seja possível.

   No domingo enquanto assistia à final da Taça de Portugal, assistia ao mesmo tempo ao Sampdoria – Pescara, que acabou por confirmar a sua subida de divisão. Tenho que confessar que apesar de ser de uma categoria inferior, o jogo da Série B foi mais bem jogado e menos aborrecido do que o jogo da Taça. Se calhar sou só eu, mas jogos à tarde e em dias de sol dão-me sono. Para mim o futebol é um jogo de Inverno, e as condições climatéricas são determinantes no nível de espetáculo. E que dizer do Jamor? É mais uma tradição que para mim não faz sentido. Façam lá isso num estádio a sério e valorizem a competição.

   Por falar em final da taça, o Chelsea ganhou a Liga dos Campeões. A aposta mais óbvia era o Bayern de Munique, mas depois de ver as outras eliminatórias decidi que era arriscado e não o fiz. Mesmo nos penaltys acho que a aposta certa era o Bayern, mas decidi seguir o meu instinto e apostar no Chelsea. Defesa de Petr Cech e bola no poste, golo ao cair do pano, penalty defendido por Cech no prolongamento, era só seguir os sinais… Apesar de ter apostado neles, detesto equipas como o Chelsea. Apesar de ter sido um final espetacular, preferia que tivesse sido o Manchester United a ganhar a Premier League. Equipas escolhidas ao acaso por multimilionários metem-me nojo, apesar de ser engraçado ver várias estrelas a jogarem juntas na mesma equipa. No entanto, apesar do futebol estar muito longe de ser um desporto limpo e livre de corrupção, dou muito mais valor ás equipas que não tentam enganar a história nem apanhar atalhos para o prestígio.

   No lado direito desta página podem votar no melhor ponta-de-lança desta época se acham que percebem alguma coisa de futebol. Se fores gaja, podes votar no mais bonito. Prometo que a minha próxima publicação vai ser mais interessante, por isso não percam a fé neste blogue. 

Luís

05 maio 2012

Good times




Não gosto de história.

Não me interessa o que fez Pelé, Eusébio, Di Stéfano, Cruyff, Platini ou Maradona. Nunca fui procurar por eles ao Youtube, nem tenciono ir.

Respeito quem viu nascer o futebol, quem cresceu a vê-los jogar, e quem via os monstros do futebol, de todas as partes do mundo, a preto e branco. Ainda assim, não me interessa. Porque hei-de eu interessar-me pelas conquistas do Benfica em 1960-1962, se até o meu pai tinha acabado de vir ao mundo? Respeito, no entanto, os meus avôs.

Mas, eu que já vi tanto futebol de qualidade em tão pouco tempo, começo a imaginar se os meus filhos, sobrinhos ou amigos vão pensar o mesmo quando eu lhes quiser falar do Zidane, do João Pinto ou do Messi. Irão eles interessar-se?

No fundo, não se trata de um corrida ou disputa por quem é ou foi melhor, mas sim de demonstrar aquilo que cada um sentiu ao ver jogar os seus ídolos. Porque o futebol é de facto uma paixão que nos faz sonhar, e as recordações e sentimentos são de tal forma inigualáveis que tentamos a todo o custo partilhá-los.

Vou continuar a ver os jogos todos do Messi, e vou tentar imitar sempre o Zidane nas peladinhas com os meus amigos.

Quando não mais for possível, vou-vos falar de história…



gloureiro

01 maio 2012

Ratos, Desertores e Maçãs Podres




No início da presente época de futebol, discutia com uma amigo meu acerca do futuro da equipa do Arsenal após as saídas de Nasri, Fàbregas e de Clichy. Ela dizia-me que este ano o Arsenal ia lutar para ficar em quinto lugar na melhor das hipóteses. Eu nestas coisas do futebol sou um romântico e na altura disse-lhe que tinha esperanças em que o Arsenal iria ficar melhor sem eles, por diferentes razões.

Clichy teve uma evolução meteórica ao longo da sua carreira no Arsenal, no entanto sempre achei que não tinha carácter para jogar ao mais alto nível, e a sua falta de carácter ficou demonstrada ao trocar o Arsenal por outro clube inglês apenas e somente por questões monetárias, tendo em conta de que se não fosse o Arsenal e a fé infinita de Wenger, provavelmente ainda estaria perdido por aí numa dessas divisões inferiores. Não me esqueço da nódoa que Clichy era como jogador no seu primeiro ano no Arsenal, nem das vezes que enterrou a equipa nos últimos quinze minutos da partida.

Nasri é um grande futebolista e tem ainda uma boa margem de progressão. Acompanho-o desde que o vi jogar pela França num torneio internacional de sub-17, juntamente com Ben Arfa. Também este demonstrou uma grande falta de carácter ao trocar o Arsenal por outro clube inglês, e falta de inteligência ao escolher o City, já que o futebol dele parou e não ganhou assim tantos troféus quanto isso…

Fàbregas é um caso à parte. Cheguei a esta conclusão após assistir a um vídeo dele na BarçaTv, com apenas catorze anos, onde dizia que o ídolo dele era o Guardiola e o maior sonho dele era marcar um golo pelo Barcelona no Camp Nou. Acabou por ter que pagar uma pequena parte da sua própria transferência (aconteceu o mesmo com Mascherano no ano passado). Aposta ganha: época livre de lesões, troféus e regresso a casa no período de maior prosperidade desportiva do Barcelona. De todas, esta foi a única transferência que consegui perceber logo de início.

Tenho de reconhecer que o Arsenal apesar de não ganhar nada esta época, está a fazer uma época milagrosa. Só o facto de ter ganho por 3-0 ao Milan na segunda mão de uma eliminatória da Champions veio adicionar ainda mais romantismo a esta equipa: o quase foi quase tão bom como terem passado de facto e aposto que todos os adeptos saíram de Emirates felizes e com as expectativas ultrapassadas. Apesar de ser uma época milagrosa, a verdade é que a equipa adaptou-se bem às saídas das suas estrelas e está a jogar muito melhor do que no início da época. Também foi importante a recuperação de Rosicky, um dos meus jogadores preferidos desde que me lembro de ver a Liga dos Campeões.

Quanto ao futuro desta equipa, não penso que van Persie seja o mais importante a longo prazo. Era importante mantê-lo por mais uma temporada pelo menos, mas o mais importante para o Arsenal é recuperar Jack Wilshere e mais tarde torna-lo capitão de equipa. É inglês, joga com paixão e foi formado no clube.
Penso que este também deverá ser o futuro do futebol moderno: apostar em jogadores formados no clube e em treinadores com história nesses clubes: Conte/Del Piero, Puyol/Guardiola, Schweinsteiger, Callejón, Raúl, Granero, Javier Martínez, Totti, Steven Gerrard, Sá Pinto… É cada vez mais óbvio para mim que o orgulho por jogar num clube dá aos jogadores aquele factor extra para enfrentar os jogos mais importantes e os finais de temporada exaustivos.
E o futuro passa também por livrarem-se das Maçãs Podres: jogadores talentosos, narcisistas, contrariados, vírus capazes de infectar um balneário inteiro e incapazes de ficar um único jogo no banco de suplentes. E não, João Moutinho não se encontra neste grupo de jogadores. É um jogador inteligente e aquilo que ele fez foi apenas gerir a sua carreira da melhor maneira, o problema é que o Porto foi o único clube disposto a pagar pela sua transferência.


Futebol à parte, já alguma vez ouviram dizer que as pessoas não dão a devida importância aquelas pequenas coisas que fazem toda a diferença do mundo? Pois bem: o piaçaba e o papel higiénico são algumas delas. Pensem nisso…
12 Abril, Luís Garcia

                     Tomáš Rosický (Borussia Dortmund), Robin van Persie (Feyenoord)


  

  Não percam as cenas dos próximos episódios: matrimónio, religião, jornalismo desportivo, o politicamente correcto e o pseudo-patriotismo. Não prometo ser tão brando como nesta publicação, por isso não fiquem mal habituados, adeus...