11 janeiro 2013

FIFA BALLON D'OR




Antes de comentar a atribuição do Prémio de Melhor do Mundo a Messi, quero esclarecer um pequeno detalhe, que atenção, está disponível a todos.
Ora, quem elege os três melhores jogadores, por votação, são:
·         Selecionadores;
·         Capitães de Seleção;
·         Grupo de Especialistas da France Football.

Posto isto, é absolutamente verdade que não é a Unicef, nem o Platini ou o Blatter, ou qualquer grupo organizado que elege o Melhor, mas sim, uma votação livre e independente onde cada votante se exprime da maneira que bem lhe apetece. Acho que está claro.
Dado a conhecer o veredicto final, só se pode ficar feliz, “triste”, ou assim-assim. Não vale a pena conspirar. Eu entendo que as pessoas já não possam ouvir falar em conspiração e corrupção, mas nem tudo é como em Portugal, nós sim somos especialistas em corrupção. O país das cunhas. O país do desemprego. O país da crise.

Há quem defenda que Xavi ou Pirlo mereciam um prémio carreira, ou que a genialidade de Iniesta deveria superar as estatísticas de Ronaldo e Messi. Gostos são gostos e não se discutem. Mas, o resultado final demonstra que Messi é eleito o Melhor por 41% dos votos, sensivelmente, o que por maioria (não absoluta) lhe permite ser consagrado. É só isso… Temos de aceitar, não há volta a dar.
A isto chama-se direito ao voto, ou democracia, ou qualquer coisa do género. Mais uma vez alerto, deixem-se de conspiração.

Tirando a vertente teórico-politica, há a parte futebolística. Não há nenhuma regra que defina que o eleito seja o melhor marcador, ou o melhor assistente, ou o melhor a dar pau. O eleito é aquele que conjuga ou maximiza, mais que os outros, toda a envolvente do futebol, dentro e fora das 4 linhas. É quem, da melhor maneira, contribui para o espetáculo do futebol.
Há ainda outra questão que me parece importante. Quando um clube vence competições, o clube é premiado. Por norma fica com uma taça/troféu para o museu e escreve o nome na história. Isto quer dizer que, se o clube vence, o clube é reconhecido. Não existe nenhuma lei que declare que o vencedor do Prémio de Melhor do Mundo seja do clube que venceu. Para que serve o colectivo? Lá por o Boavista ter sido campeão, o Martelinho ou o Fary eram os melhores do campeonato? Não creio.
Obviamente que durante muitos anos, as estatísticas, os troféus coletivos, ou a carreira poderiam ser um fator diferencial no conto final, mas parece-me a mim que era devido ao talento dos melhores estar mais nivelado do que agora, e aí sim, a menor estabilidade de época para época por parte destes propiciava a distribuição do prémio a um maior número de jogadores.

É visível em textos anteriores que não sou o maior fã de José Mourinho, e pertenço ao pequeno grupo de portugueses que não o idolatram nem se regem pelas suas ideias. No entanto, pela primeira vez estou de acordo com o Zé num aspeto. Num dos vídeos que agora passa muito nas redes sociais, “Mourinho estoura com aqueles que defendem que Messi deve ganhar a Bola de Ouro” (Quem foi estourado? Não percebi!), Zé afirma que nos “deixemos de brincadeiras”, o prémio de melhor tem de ser dado a quem merece, porque se fosse por solidariedade e beneficência havia Drogba, Etoo, Zlatan, Zanetti, etc. Coincidência, tudo ex-jogadores dele, mas estas coisas passam despercebidas a todos, não liguemos…
Assim, também aqui estou de acordo. O nome é claro - Melhor Jogador do Mundo -, deve ser entregue ao melhor, não ao mais bonito, forte, velho, profissional, e por aí.

Gostando ou não, Messi é o expoente máximo do futebol. É ele que dá seguimento ao futebol do Barcelona. É ele que desbloqueia o futebol “chato” dos catalães. “La Pulga” é no mundo do futebol aquilo que um pai quer para um filho, o talento natural.

Deixo ainda uma sugestão aos seguidores do Ronaldo. Admitam para vós próprios a posição do Messi no futebol. É talvez a única maneira de valorizarem o português, porque senão, se o Messi não for aquilo que vós pensais, um dia vão-se lembrar do Ronaldo como mais um bom jogador, que foi algumas vezes quase vencedor.
Já eu irei lembrar-me de um português como um dos maiores talentos em termos psicológicos e motivacionais que o futebol já viu, e que fez frente a um pequeno argentino… maior que Maradona.


Por fim, e no seguimento de algum comentário menos bem encaixado anteriormente, faço aqui um à parte. A expressão mais inócua e irritante que os eternos revoltados costumam difundir é a de que “é por causa de portugueses como vocês que o país está como está!”. Não, não é! O país está como está porque as pessoas roubam, desviam e sodomizam as leis do nosso país. Mas não falemos mais de Pátria e afins, está em extinção por cá.

Este artigo, mesmo sem consequência alguma, é dedicado ao Messi. Obrigado!


gloureiro