Previa-se um arranque bem melhor que o demonstrado por parte
do Sporting, mas como disse anteriormente, não acreditava que pudessem lutar
contra equipas como Porto e Benfica. Quais serão então os problemas deste
plantel/equipa/instituição?
Todo o adepto, colunista ou especialista consegue
identificar “o problema”, no entanto, enumero algumas decisões que possam ter contribuído
negativamente para a presente temporada.
1. Escolha do Treinador. Sempre defendi
que este não era treinador para o Sporting, inicialmente por “feeling”,
posteriormente por constatar os factos. O estilo pessoal de Sá Pinto fazia
prever uma recuperação espantosa da equipa, que aconteceu, ao fazerem uma boa
campanha na UEFA. No entanto, um treinador que só sabe transmitir para dentro de
campo “Vamos”, e demonstra mais nervosismo que os próprios jogadores, raramente
sabe lidar com situações do dia-a-dia, exceto quando é preciso jogar com
orgulho, garra, devoção, e essas coisas (normalmente quando se está já a 8
pontos…). Por muito que custe admitir aos adeptos do Sporting, a equipa não
praticava um bom futebol na UEFA, era sim extremamente eficaz, uma equipa feliz
e abençoada, e com um guarda-redes de nível mundial, sim, mundial. Basta relembrar
a eliminatória com o ManCity, onde a equipa contou com o “desprezo” por parte
dos ingleses (surpreendidos), mas mesmo assim estiveram à beira da eliminação
depois de um parcial de 3-0 a 45’ do final da eliminatória, sendo esta salva
pelo São Patrício. Já com o inexperiente Melalist, o Sporting foi bastante
irregular e viu o salvador defender uma grande penalidade que igualava a
eliminatória. Em suma, os resultados obtidos pela equipa de Sá Pinto camuflavam
a qualidade do futebol praticado, já que nas competições internas não se ganham
jogos em contra-ataque e na espera do erro adversário. Posto isto, depois de
uma boa campanha na UEFA, qual seria a desculpa para não continuar com o
esforçado Sá? A resposta mora em Coimbra, e não é preciso ir para a
Universidade…
2. Contratação de Jogadores. Quando se
contratam jogadores em final de contrato há muitas dúvidas em torno destes.
Vejamos o exemplo de Labyad, Gelson, Pranjic e Boulharouz, o primeiro dou o
benefício da dúvida, mas os outros, se são jogadores de seleção, porque é que
ninguém os queria? (Idades? Feitios? Lesões? Qualidades?) Não se sabe, mas o
Sporting quis. Depois temos Rojo, um lateral-esquerdo com qualidade para jogar
numa das melhores seleções do mundo, mas também com capacidade para iludir e
convencer um treinador e uma direção a adaptarem-no a defesa-central. Só ao
nível dos craques. Posso estar enganado, mas as únicas reais contratações do
mandato de Godinho Lopes talvez tenham sido o avançado holandês que custa
escrever o nome, e Carrillo, este sim, uma descoberta do Sporting.
3. Formação. O Sporting tem formado os
melhores jogadores portugueses nos últimos anos, não só pelos que vencem fora de portas, mas também pelos emprestados e pelos que tiveram menos sorte mas jogam
em equipas medianas da liga. Ainda assim, e não descurando na qualidade dos
jogadores, sempre me pareceu que a aposta nos da casa era mais um plano de
emergência do que uma estratégia. Vejamos, desde a chegada de Godinho Lopes,
com a injeção de capital (?!), veio também uma catrefada de estrangeiros, ao
jeito da direção benfiquista, e neste momento, só Patrício e Cedric são produto
da “cantera” no onze inicial. Dado que Cedric, no meu ver um jogador com grande
potencial, foi também este um plano de emergência devido à saída de João
Pereira, qual a importância e o papel da formação que tanto os adeptos
sportinguistas enaltecem hoje em dia?
4. Direção. É simplesmente abstrato falar
desta direção, visto que não se percebe muito bem quem faz e o quê.
5. Incógnitas. Rinaudo é azarado ou tem
lesões crónicas? Adrien só aguenta 45’? Que se passa com Schaars? Elias e Insúa
são inconformados ou indisciplinados? Não seria melhor deixar de fora Jeffren e
Izmailov para não se lesionarem? Boeck é guarda-redes ou animador de banco?
O leão está doente, irá recuperar a tempo?
gloureiro