No dia em que se ficou a conhecer o sucessor de Sir Alex
Ferguson à frente do poderoso Manchester United, David Moyes (atual treinador
do Everton), reforcei a minha vontade por me exprimir acerca da situação atual
dos treinadores do S.L.Benfica e do F.C.Porto.
Deixo só aqui uma palavra de respeito a “Fergie”,
agradecendo o seu contributo ao futebol. Quero também felicitar a escolha, do
próprio Fergie, pelo seu compatriota escocês. Não sabemos como irá ser o futuro
do Manchester, mas fácil não se adivinhará, no entanto, estou completamente de
acordo com a decisão tomada.
Isto dos treinadores é um tema muito sensível, então no
panorama português ganha sensibilidade a mais. À beira do desfecho final, paira
uma “nuvem negra” sob o futuro de Jorge Jesus e Vitor Pereira à frente do
S.L.Benfica e do F.C.Porto, respetivamente. No fundo, todo o trabalho que foi
realizado em 4 e 2 anos de comando à frente dos respetivos clubes, está
exclusivamente dependente do resultado no Clássico deste sábado.
Se Jesus ganhar, ou empatar e tornar-se campeão na última jornada,
o universo Benfiquista fará tudo para que este continue. Será certamente um
treinador à Benfica. Se por outro lado, perder, e o F.C.Porto se torne campeão
em Paços de Ferreira, será considerado um treinador que ganhou um campeonato
com sorte e entusiasmo inicial, e que desde então tem sido mau na gestão do
plantel, falhando em momentos cruciais.
Num cenário inverso, Vitor Pereira será certamente demitido
do banco portista se não for campeão. Mas, se vencer os dois jogos que faltam
passa a ser uma grande incógnita… Despede-se um treinador bi-campeão? Díficil.
Quero com isto dizer que nem Jesus nem Pereira passam de
sexta-feira para domingo de competentes a incompetentes.
Se fosse em Inglaterra, provavelmente os dois treinadores
continuariam, fosse qual fosse a classificação final. Justifico isso com os 26
anos de Fergie no Manchester United, e 12 de Moyes no Everton.
Além disso, perspetivando os piores cenários possíveis para
cada um dos treinadores portugueses, Jesus terminará o campeonato com 74 pontos
(entenda-se duas derrota), e Vitor 72 (entenda-se duas derrotas). Assim sendo,
tanto um como o outro seriam campeões em anos anteriores com estas pontuações,
com algumas exceções obviamente.
Não tenho opinião formada/segura sobre as capacidades de
ambos, só acho que o futuro destes devia estar planeado e ser coerente com o
que foi feito durante os anos que tiveram à frente das respetivas equipas.
gloureiro