Finalizado o Euro 2012, é a
altura em que toda a gente lança a sua farpa, e como não sou nem mais nem menos
que os outros, também tenho algo a dizer.
Antes de mais, Parabéns à seleção
nacional, dignificaram a sua participação.
Não vou dizer que a seleção
desiludiu porque não tive tempo para fazer planos ou criar expetativas, e não
vou dizer que me surpreendeu, porque de facto a mentalidade de jogo não me cola
ao ecrã. Foi uma boa participação, excelente, dadas as circunstâncias.
Gosto de ver jogar seleções como
a Croácia, que se divertem a jogar, ou como a Grécia, que encara melhor que
ninguém a sua inferioridade, e mesmo assim lá vão passando de fase em fase.
Para não falar da Itália, que consegue ter um estilo inconfundível no que se
refere a tratar a bola tão bem, e tão lentamente, que até chateia como chegam
tão rápido lá à frente, mas siga…
Vou falar de pátria, a palavra, o
suporte, e o salva-vidas que muita gente emprega quando não tem mais por onde
pegar.
Serei menos Português que o
leitor por não vibrar com a seleção nacional de futebol? Sou antipatriota por
não entender a braçadeira de capitão no Cristiano Ronaldo? Mas afinal, que mal
tem isso?
Pátria é lutar pelo país, não é
puxar por uma seleção que poucos jogadores têm a jogar em Portugal. Eu tenho um
emprego em Portugal, desconto em Portugal, mesmo com um Estágio Profissional.
Pátria é, ainda assim, gostar de estar em Portugal, gostar do que é nosso, de
comer enchidos e queijo da serra, e sopa da mãe. Pátria não é só cantar o hino,
Pátria, para mim, é ir à terra natal e ver os amigos de infância, assim como o
Deco e o Liedson fazem, e o Pepe vai fazer…
Pátria é tudo aquilo que ainda
não se rendeu aos interesses alheios (financeiros), é jogar na seleção de
Raguebi e lavar os equipamentos ao fim do treino, ou ir aos Jogos Olímpicos com
os próprios meios e sem apoios financeiros.
O leitor já reparou que neste
momento, só se fala de pátria de 2 em 2 anos, coincidindo com as datas de
europeus e mundiais de futebol?! Calma, em janeiro o nosso capitão nacional vai
estar na luta pela “Bola de Outro” e vai-se voltar a falar em pátria.
Se a seleção nacional é o índice
que mede o grau de pátria, então assumo desde já que me estou marimbando para a
pátria.
Peço desculpa por gostar de quase
todos os estilos de música em detrimento do Fado e do Pimba, ou por admirar
mais a mentalidade do norte/centro da europa que a latina, como nós. Não sou de
facto um patriota, pensarão.
Agora, não deixo de me esforçar pelos
que me rodeiam, e por todos que indiretamente dependem de mim. Isso é que é
pátria, fazermos algo útil e honesto por este país, com objetivos concretos, e
não esperar que o Ronaldo mande mísseis para irmos para à rua fazer a festa.
Importa estabelecer aqui uma
diferença, se a seleção fosse campeã eu andava na rua a festejar; não por eles,
mas porque entendo que isso faça as pessoas felizes, e eu gosto disso. Eu torço
pela seleção, gosto que ganhem, adorava vibrar como o faço pelo Benfica, mas
infelizmente nada me liga a isso, não tenho culpa.
Pátria, é isto, um génio que
recebe no mínimo 15 milhões de euros anuais, e no entanto vê a necessidade de
fazer esta publicidade. Se não repararem, deixem para lá.
ora nem mais!!!
ResponderEliminar