Antes
de comentar a atribuição do Prémio de Melhor do Mundo a Messi, quero esclarecer
um pequeno detalhe, que atenção, está disponível a todos.
Ora,
quem elege os três melhores jogadores, por votação, são:
·
Selecionadores;
·
Capitães
de Seleção;
·
Grupo
de Especialistas da France Football.
Posto
isto, é absolutamente verdade que não é a Unicef, nem o Platini ou o Blatter,
ou qualquer grupo organizado que elege o Melhor, mas sim, uma votação livre e
independente onde cada votante se exprime da maneira que bem lhe apetece. Acho
que está claro.
Dado
a conhecer o veredicto final, só se pode ficar feliz, “triste”, ou assim-assim.
Não vale a pena conspirar. Eu entendo que as pessoas já não possam ouvir falar
em conspiração e corrupção, mas nem tudo é como em Portugal, nós sim somos
especialistas em corrupção. O país das cunhas. O país do desemprego. O país da
crise.
Há
quem defenda que Xavi ou Pirlo mereciam um prémio carreira, ou que a
genialidade de Iniesta deveria superar as estatísticas de Ronaldo e Messi. Gostos
são gostos e não se discutem. Mas, o resultado final demonstra que Messi é
eleito o Melhor por 41% dos votos, sensivelmente, o que por maioria (não
absoluta) lhe permite ser consagrado. É só isso… Temos de aceitar, não há volta
a dar.
A
isto chama-se direito ao voto, ou democracia, ou qualquer coisa do género. Mais
uma vez alerto, deixem-se de conspiração.
Tirando
a vertente teórico-politica, há a parte futebolística. Não há nenhuma regra que
defina que o eleito seja o melhor marcador, ou o melhor assistente, ou o melhor
a dar pau. O eleito é aquele que conjuga ou maximiza, mais que os outros, toda
a envolvente do futebol, dentro e fora das 4 linhas. É quem, da melhor maneira,
contribui para o espetáculo do futebol.
Há
ainda outra questão que me parece importante. Quando um clube vence competições,
o clube é premiado. Por norma fica com uma taça/troféu para o museu e escreve o
nome na história. Isto quer dizer que, se o clube vence, o clube é reconhecido.
Não existe nenhuma lei que declare que o vencedor do Prémio de Melhor do Mundo
seja do clube que venceu. Para que serve o colectivo? Lá por o Boavista ter
sido campeão, o Martelinho ou o Fary eram os melhores do campeonato? Não creio.
Obviamente
que durante muitos anos, as estatísticas, os troféus coletivos, ou a carreira
poderiam ser um fator diferencial no conto final, mas parece-me a mim que era
devido ao talento dos melhores estar mais nivelado do que agora, e aí sim, a
menor estabilidade de época para época por parte destes propiciava a distribuição
do prémio a um maior número de jogadores.
É
visível em textos anteriores que não sou o maior fã de José Mourinho, e
pertenço ao pequeno grupo de portugueses que não o idolatram nem se regem pelas
suas ideias. No entanto, pela primeira vez estou de acordo com o Zé num aspeto.
Num dos vídeos que agora passa muito nas redes sociais, “Mourinho estoura com
aqueles que defendem que Messi deve ganhar a Bola de Ouro” (Quem foi estourado?
Não percebi!), Zé afirma que nos “deixemos de brincadeiras”, o prémio de melhor
tem de ser dado a quem merece, porque se fosse por solidariedade e beneficência
havia Drogba, Etoo, Zlatan, Zanetti, etc. Coincidência, tudo ex-jogadores dele,
mas estas coisas passam despercebidas a todos, não liguemos…
Assim,
também aqui estou de acordo. O nome é claro - Melhor Jogador do Mundo -, deve
ser entregue ao melhor, não ao mais bonito, forte, velho, profissional, e por
aí.
Gostando
ou não, Messi é o expoente máximo do futebol. É ele que dá seguimento ao
futebol do Barcelona. É ele que desbloqueia o futebol “chato” dos catalães. “La
Pulga” é no mundo do futebol aquilo que um pai quer para um filho, o talento
natural.
Deixo
ainda uma sugestão aos seguidores do Ronaldo. Admitam para vós próprios a
posição do Messi no futebol. É talvez a única maneira de valorizarem o
português, porque senão, se o Messi não for aquilo que vós pensais, um dia vão-se
lembrar do Ronaldo como mais um bom jogador, que foi algumas vezes quase
vencedor.
Já
eu irei lembrar-me de um português como um dos maiores talentos em termos
psicológicos e motivacionais que o futebol já viu, e que fez frente a um
pequeno argentino… maior que Maradona.
Por
fim, e no seguimento de algum comentário menos bem encaixado anteriormente, faço
aqui um à parte. A expressão mais inócua e irritante que os eternos revoltados
costumam difundir é a de que “é por causa de portugueses como vocês que o país
está como está!”. Não, não é! O país está como está porque as pessoas roubam,
desviam e sodomizam as leis do nosso país. Mas não falemos mais de Pátria e
afins, está em extinção por cá.
Este
artigo, mesmo sem consequência alguma, é dedicado ao Messi. Obrigado!
gloureiro