A saída de José Mourinho de
Itália, o duelo Barcelona-Madrid, a competitividade da Premier Ligue ou da
Bundesliga, e ainda os poderosos milhões árabes e russos, abafaram umas das
melhores ligas do mundo, senão a melhor (consoante aquilo que se goste de ver).
Refiro-me à liga italiana, que nos últimos anos perdeu grande parte da sua
notoriedade e visibilidade.
As razões são imensas, tais como
os argumentos para se acompanhar este campeonato, mas foco-me essencialmente na
reaparição da Vecchia Signora, a Juventus, o maior clube italiano e, esse mesmo,
que foi despromovido à Serie B em 2006 por corrupção.
Desde então, a Juve passou por um
processo de reconstrução do plantel, fazendo um 3º lugar em 07-08, 2º em 08-09,
e nos dois anos seguintes 7º classificado. Na época passada, a Juve reforçou-se
bem e acima de tudo inteligentemente. Buffon fez a época toda sem lesões.
Barzagli e Bonucci estiveram em bom plano, bem como o patrão Chiellini. Vidal
veio fortalecer o meio-campo e apoiar Marchisio. Vucinic foi o farol no ataque,
sempre bem acompanhado ora por Matri, ora por Borriello ou Quagliarella. Esta
equipa contava ainda com Pirlo e Del Piero…
Com um plantel que conciliou arte
e classe com luta e humildade a Juve chegou ao fim da época com 23 vitórias e
15 empates, sagrando-se campeã e sem derrotas. Marcou ainda presença na final
da Coppa d’Italia, perdendo para o Nápoles. Com Antonio Conte ao comando,
treinador da casa ao estilo de Guardiola no Barcelona, a Juve contou ainda com
o ambiente positivo em torno do novo estádio e com os seus aficionados sempre
exigentes. No fundo, a equipa reuniu um conjunto de fatores que lhe permitiu
lutar insaciavelmente pelo tão aguardado título.
Sendo assim, o que se pode
esperar desta Juve para a época 12-13?
Provavelmente é a equipa mais bem
posicionada para vencer a Serie A. Enquanto o Milan perdeu as suas grandes
referências (Zlatan, Thiago e Cassano), e o Inter não ultrapassou o trauma da
saída de José Mourinho com contratações de jogadores sem nexo, a Juve está numa
posição privilegiada para renovar o título de campeão italiano.
A única dúvida, ou, a grande
expetativa, é saber até onde pode chegar esta equipa na Champions League?!
A entrada de Asamoah e Isla,
dupla da Udinese, vem dar grande qualidade às asas do extasiante 3-5-2. Falta,
no entanto, um “nome” para o ataque. Primeiro porque na Champions só a presença
de um grande jogador intimida, posição que Matri e Quagliarella não têm, e Giovinco
ainda não atingiu o ponto; segundo porque Del Piero não renovou contrato e era
um jogador que sacava da cartola um “golito” em jogos fundamentais.
Llorente, Suarez, Cavani, Negredo
ou Dzeko seriam boas opções. Descartado Van Persie, transmite a ideia que a
Juve não tem poderio financeiro para lutar por um “Ponta” de top-5. Como os
italianos são muito pouco recetivos a aventuras latinas e outros mercados
externos, se calhar ficam-se por um avançado do campeonato interno ou seguem
assim mesmo.